domingo, 29 de maio de 2011

A BIOQUÍMICA DOS TEMPERAMENTOS (PERSONALIDADES)

A BIOQUÍMICA DOS TEMPERAMENTOS (PERSONALIDADES)

 

Desde o biótipo (magro, gordo, alto e baixo) até os aspectos os tipos psíquicos (temperamento e personalidade) são em muito determinados pela nossa carga genética herdada. Mas apesar das rígidas leis de nossos genes, podemos exercer um controle sobre a fisiologia, psicologia, e até através de dietas alterarmos o nosso biótipo, ou através de um auto-controle ou psicoterapia, controlarmos nosso temperamento e moldarmos nossa personalidade.

Mas apesar de nascemos como essa projeção genética, muitos permanecem alheios aos recursos que possuímos para moldar essas tendências, e seguem com um patrimônio genético inoportuno e por vezes auto-destrutivo. Alguns podem ter herdado características que os mantenham ligados aos fatores do estresse, e precisam de forma consciente, se desligar de hábitos, costumes e mecanismos que destroem sua saúde e beleza física.

Os aspectos psíquicos são as formas herdadas ou adquiridas nas diferentes fases da vida, que precisamos administrar sabiamente a fim de evitarmos que elas nos prejudiquem. O temperamento é uma forma herdada que recebemos de nossos pais ou parentes próximos. Ele é formatado em nosso cérebro, e se manifestam por reações bioquímicas, e que determina nosso humor, disposição, otimismo ou pessimismo etc.
Nosso temperamento é uma das colunas que sustentam nossa psiquê, e determina como encaramos a vida; é ele que em sua programação genética irá determinar as reações químicas que ocorrem no cérebro oferecendo substancias que determinarão os sentimentos.

O otimismo é um sentimento que é provocado em nossas conexões neurais e por substancias variadas; assim como o pessimismo é formulado por outras substancias, e que determinarão um procedimento, pensamentos e atitudes em nosso viver diário.

Todos nós temos um tipo de temperamento, que de forma geral são classificados como: extrovertidos e introvertidos. Apesar da classificação de temperamentos em quatro divisões ser antiga, utilizaremos essas normatizações por suas definições serem sumárias (Colérico, Sanguineo, Fleumático e Melancólicos).

O temperamento Colérico e Sanguíneo são extrovertidos, mas possuem uma tendência ao estresse; os Fleumáticos e Melancólicos tem uma tendência a depressão. Todas as pessoas se estressam ou ficam depressivas, independentes do seu temperamento, mas os coléricos possuem uma fisiologia que os conduz ao estresse, e os melancólicos a depressão; sanguíneos e fleumáticos estão em uma zona intermediária, mas ainda são propensos ao estresse e depressão, respectivamente.

Temperamentos extremos, envelhecem mais cedo
O estresse e a depressão são fatores que aceleram o envelhecimento, destroem a beleza física e destroem relacionamentos. São intermediados na bioquímica cerebral pela adrenalina e a ausência de substâncias como endorfinas. Uma consciência desses fatos podem nos ajudar a mudar nossa postura de como encaramos a vida, que tipo de pensamentos e sentimentos produzimos, e gerar mais otimismo e menos estresse ou menos pessimismo e depressão.

O estresse é uma síndrome que manifesta um conjunto de sintomas, todos eles de origem em sentimentos como a raiva, ira, agressividade, preocupação, medo, pânico etc. As pessoas podem se estressar por uma carga horária de trabalho, ou por seu temperamento explosivo que encara todas as situações da vida de uma forma agressiva, dominadora e impulsiva. O estresse bioquímico ocorre pelo estímulo recebido das diferentes situações que nos envolvemos, e que produzirão substâncias adrenérgicas a partir das situações no dia a dia.

Essas substâncias como a adrenalina, nor-adrenalina, e até hormônios como a testosterona, que favorecem a agressividade masculina, irão determinar os muitos comportamentos característicos do estresse.

A depressão, tendenciosa nos melancólicos e fleumáticos, é causada pela ausência ou baixa concentração de substâncias como as endorfinas. Qualquer pessoa pode apresentar depressão independente de seu temperamento, mas as pessoas com temperamentos introvertidos, possuem uma forte tendência, principalmente melancólicos.

Esse distúrbio é gerado pela postura como a pessoa encara os fatos da vida, mas a determinante da bioquímica do cérebro é o norteador dos sentimentos. No entanto a pessoa pode estimular pensamentos e atitudes que possam superar essa tendência normal. Aqueles que não se disciplinam e acabam por entregar-se a sua natural tendência, geram doenças depressivas (distimia, distúrbio bipolar e a depressão maior).

Um temperamento depressivo gera sentimentos, pensamentos e atitudes que desencadearão reações bioquímicas que podem interromper a produção de endorfinas e serotonina.

Disciplina mental
Essas duas condições (estresse e depressão) todos nós enfrentamos em qualquer período da vida, e alguns não conseguem sair mais dela. Esses fatores exercem grande ação em nosso organismo, alterando a fisiologia, a saúde, qualidade de vida e a beleza física.

A nossa natural tendência ao estresse ou depressão precisa ser constantemente vigiada, e direcionada para não nos tornarmos pessoas crônicas nessas condições. Aqueles que se entregarem aos sentimentos do desânimo ou da raiva terão isso expresso em seu rosto. Porém permitir-se um sorriso, rir de seus próprios erros, ser otimista e acreditar que as coisas podem melhorar, se alegrar com os planos para um futuro melhor – tudo isto promove a saúde.

Esses sentimentos são formulados por substâncias calmantes e que dilatam os vasos sanguíneos, distendem os músculos, abaixam a pressão arterial, desaceleram o coração e oxigenam o cérebro.

Aqueles que já se deixaram levar pelo mecanismo do seu temperamento, e são tendenciosos ao estresse e a depressão precisam entender que a disciplina mental pode corrigir tudo isto. A disciplina é pouco exercitada em nossos dias; somos ensinados que o curso natural de nossos sentimentos devem ser deixados a se manifestar. Mas se aprendermos a gerenciar esses sentimentos, teremos novas drogas circulando em nosso cérebro, que serão substâncias calmantes; e que determinarão uma disposição geral em nosso corpo.

Temperamentos extrovertidos
Os coléricos e sanguíneos são propensos ao estresse devido ao mecanismo bioquímico que em seu cérebro foi geneticamente formatado a possuir nas suas conexões neurais, no hipotálamo, que é a região do cérebro que gerencia os comportamentos motivados; esta seção do cérebro não é uma estrutura unitária e sim constituída por vários núcleos, tendo cada um deles uma função. O hipotálamo junto com outra estrutura cerebral, a hipófise, apresenta um controle de nosso organismo e do comportamento humano.

È aqui que ocorre a definição de como as pessoas reagem, se comportam e interagem com os estímulos vindo do exterior pelas vias dos sentidos. As conexões neurais do hipotálamo, em suas diferentes áreas, determinarão a liberação dos hormônios e neuro-hormônios da adeno-hipófise e neuro-hipófise. Esses pré-hormônios, hormônios e neuro-transmissores é que determinarão emoções, comportamentos e reações.

O sanguíneo terá suas emoções intermediadas principalmente por neuro-transmissores adrenérgicos o que sempre lhes confere uma tendência às reações de confronto e comportamentos extrovertidos. As drogas adrenérgicas como dopamina, nor-adrenalina e o produto final adrenalina, se misturam em sua composição ao oferecer ao cérebro diferentes concentrações, até com outras drogas, gerando as emoções e sentimentos característicos deste temperamento.

As variantes de comportamentos em pessoas que são coléricas e sanguíneas, mas que apresentam-se calmas, controladas e que sabem administrar suas emoções, vem de fatores como a educação, cultura e formação social que adquiriram e foram elementos que disciplinaram estas emoções ou o temperamento, constituindo uma personalidade diferente.

Temperamentos introvertidos
Os fleumáticos e melancólicos são propensos à depressão com mais facilidade que os outros temperamentos; isto porque a forma como seu cérebro foi estruturado, e suas reações bioquímicas ocorrem ali, são propensas a baixos níveis de serotonina e endorfinas. Essas duas drogas fazem parte do sistema de recompensa dopaminérgico, conferindo as pessoas um bom humor, satisfação e atitudes otimistas.

Pessoas introvertidas tem essa propensão natural de encarar a vida de forma pessimista, e muitas não gerenciam suas emoções a ponto de leva-las a depressão. Outras recebem um bom suporte psicológico no lar, com amigos e na sociedade que freqüentam, e conseguem superar essa formatação do cérebro.

A depressão pode ser doentia ou sutil de acordo com os mecanismos que o cérebro e as relações que a pessoa se impõem; mas a pessoa pode administra-las de forma a escolher situações que vão estimular as endorfinas e serotonina que se encontram em baixa concentração no sangue.

Da mesma forma que um colérico pode escolher se aborrecer e se envolver em uma discussão banal no trânsito, o melancólico pode escolher não se aborrecer e ficar desanimado com a crítica que recebeu por um projeto que realizou no trabalho.
Nossas propensões são inalteráveis e se conduzirão de forma inexorável; mas elas são flexíveis o bastante para gerenciarmos as situações e não nos expormos a extremos.

Um melancólico que recebeu um severa crítica no trabalho pode evitar as emoções negativas, indo para um lugar aprazível depois do expediente, em meio a natureza, com ar puro e tomar os últimos raios de sol do dia. Uma caminhada, ar puro, luz solar, a paisagem e a descontração do ambiente vão oferecer estímulo ao cérebro para a produção de endorfinas e serotonina, que são produzidas em situações agradáveis como esta. Ali ele poderá gerenciar melhor seus pensamentos e evitar que fique o restante da semana em depressão e tristeza.

Nenhum comentário:

Postar um comentário